sexta-feira, 14 de março de 2008

Anjos, Ministros e enviados por Deus


ANJOS, MINISTROS E ENVIADOS POR DEUS

Por – Ir(s). Andréia Oliveira e Denício Metran


“Não são, porventura, todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?” (Hb 1.14).


Embora magníficos em poder, os anjos não devem nem podem ser adorados. Sua missão é exaltar a Deus e trabalhar em prol dos que hão herdar a vida eterna.

INTRODUÇÃO

A angelologia bíblica é uma doutrina que nos leva a uma dupla reflexão. Se por um lado, somos confortados, sabendo que os anjos de Deus, acham-se à disposição dos que hão de herdar a vida eterna (Hb 1.14); por outro, apesar de sua capacidade e poderio que lhes conferio o Senhor, não devem nem podem ser adorados (Ap 19.10; 22.9).

I. QUEM SÃO OS ANJOS

1. Os anjos são criaturas morais. O Senhor Deus criou os anjos não para que fossem meros autômatos; criou-os dotados de livre-arbítrio, a fim de que o servissem amorosa e voluntariamente. Eles são tratados por qualificativos que lhes ressaltam a responsabilidade moral; ministros e servos de Deus (Hb 1.7; Ap 19.10).
2. A criação dos anjos. Canta o salmista terem sido os seres angélicos criados pela Palavra de Deus: “ Mandou, e logo foram criados” (Sl 148.5; 33.6; Ne 9.6).

II. OS ANJOS NA BIBLIA

1. Os anjos no antigo testamento. A presença dos anjos , no antigo testamento, pode ser facilmente detectada nas seguintes passagens:
a) Na era patriarcal. Abraão e Jacó tiveram varias experiências com os anjos de Deus. Abraão encontrou-os em, pelo menos, duas ocasiões (Gn 18. 1-33; 22. 1-17); Jacó, em três ( Gn 28.12; 31.1,24).
b) Na peregrinação de Israel a Canaã. A assistência dos anjos na peregrinação israelita rumo a Terra Prometida é claramente observada na chamada de Moises (Ex 3.2), na proteção de Israel quando a travessia do Mar Vermelho (Ex 14.19) e em sua conduta pelo deserto (EX 23.23).
c) Na vida dos hebreus em Israel. Vejamos algumas: na época dos juizes (Jz 2.4; 6.11; 13.3); na época dos reis (2 Sm 24.16; Is 37.36); na atividade profética (Is 6.1-3; Dn 6.22. Alias, é no profeta Daniel que encontramos a mais desenvolvida angeolologia do Antigo Testamento. Pela primeira vez, na Bíblia, são os anjos chamados por seus respectivos nomes: Gabriel (Dn 8.16) e Miguel (Dn 10.13; 12.1).

2. Os Anjos no Novo Testamento. Eles podem ser encontrados tanto no ministério de Cristo quanto no avanço da Igreja.
a) No ministério de Cristo. No anuncio do nascimento de Cristo (Lc 1.26). Na proclamação de seu nascimento aos pastores (Lc 2.9-11). Na tentação do deserto (Mt 4.11). Em sua paixão e morte (Lc 22.43). E em sua ressurreição (Lc 24.1-12).
b) Na igreja Primitiva. No conforto dos discípulos após a ascensão de Cristo (At 1.10,11). No livramento dos apóstolos (At 5.19,20; 12.7,8; 27.23,24). No auxilio à proclamação do Evangelho (At 8.26; At 10.3).

III. O CARATER DOS ANJOS

1. Os anjos como seres eleitos. Os anjos bons assim classificados não por que hajam sido criados para serem eleitos (1 Tm 5.21); classifica-os dessa maneira a Bíblia devido à escolha que fizeram em servir ao Senhor dos Exércitos. Os que optaram em seguir a Lúcifer foram chamados de anjos das trevas . Demonstra-nos isso que, à nossa semelhança, são os anjos também dotados de livre arbítrio.
2. Os anjos são santos. Por que os anjos de Deus são dessa forma considerados? Em primeiro lugar, por haverem escolhido obedecer-lhes as ordens. Quanto aos outros, optaram por seguir Satanás em sua rebelião contra o Senhor. (Mt 25.31,41 e Ap 14.10)
3. Os anjos são sábios. São os anjos também considerados sábios em virtude de seu temor a Deus (Pv 1.7). No Antigo Testamento, eles são vistos como sinônimo de sabedoria (2 Sm 14.20). E esta não é meramente intelectual; é essencialmente amorosa tanto para servir e adorar a Deus como para auxiliar os que hão de herdar a vida eterna. Os anjos são sábios porque saber o bem e o fazem.
4. Os anjos são obedientes. Na oração Dominical, o senhor Jesus mostra, de modo implícito, ser os anjos piedosamente submissos à vontade divina (Mt 6.10). Como se pode deduzir dessa passagem são os anjos eficazes na execução das ordens que recebem do Senhor.

IV. A CLASSIFICAÇÃO DOS ANJOS

1. Anjo do Senhor. Este é o mais especial dos anjos. Em nome de Deus, aceitava adoração (Ex 3.1-6; Js 5.13-15), executava juízos (Nm 22.22), intercedia pelo povo escolhido (Zc 1.12). A ciencia de Deus encontra-se em seus lábios como nos lábios dos sacerdotes se achava a lei e o conselho (Ml 2.7). A Expressão “o anjo do senhor”, dependendo da passagem, pode referir-se profeticamente ao Senhor Jesus em sua pré-encarnação. Em Ml 3.1b, “o anjo do concerto” é uma alusão a ele. O “concerto” é certamente o de Mt 26.28.
2. Arcanjo Miguel. Único arcanjo citado nas Sagradas Escrituras. Sua missão: conduzir os exércitos de Deus (Ap 12.7) e lutar em prol dos filhos de Israel (Dn 12.1). Foi ele quem sepultou o corpo de Moises (Jd 1.9). Ele é conhecido também como um dos primeiros príncipes (Dn 10.13). Arcanjo significa literalmente, principal entre os anjos.
3. Gabriel. Conhecido como varão, ou herói de Deus, aparece
Gabriel como interprete dos arcanos divinos. É ele quem explicou a Daniel o mistério das setenta semanas (Dn 9.20-27). Assistindo diante do trono de Deus (Lc 1.19), anunciou a encarnação do Verbo de Deus (Lc 1.26,27). Apesar de sua importância, a Biblia não o menciona como arcanjo.
4. Querubins. São os querubins responsáveis por sustentar o trono divino e por reivindicar seja o nome Todo-Poderoso constantemente santificado pelos homens (Gn 3.24; Sl 99.1; Ez 10.1). Pertencia Satanás à classe dos querubins (Ez 28.14). Dos textos bíblicos, inferimos serem os querubins uma das mais elevadas classes de seres angélicos.
5. Serafins. A missão dos serafins que, em hebraico, significa ardentes, é magnificar o nome de Deus, louvando constantemente e exaltando a santidade divina (Is 6.1-6). Esta é a única passagem bíblica que os menciona.
6. Outras classes angélicas. São também tidas como classes angélicas estas categorias mencionadas por Paulo: Jesus “é imagem de Deus invisível, o primogênito de toda a criação; porque nele foram criadas todas as coisas que há no céus, e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele” (Cl 1.15,16)

V. A MISSÃO DOS ANJOS

1. Enaltecer a Deus. Em Isaias lemos que os anjos não cessam de clamar dia e noite: “ Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos” (Is 6.3). Quando do nascimento de Cristo, os anjos formaram corais que magnificaram o nome de Deus (Lc 2.13,14).
2. Trabalhar em Prol dos que hão herdar a vida eterna. O autor da Epistola aos Hebreus descreve a missão dos anjos entre os santos em Hb 1.14. No livro de Atos, são os anjos enviados em diversas ocasiões para socorrer os discípulos de Cristo (At 5.19; 12.7; 27.23).
3. Proteger a nação de Israel. Em Daniel 12.1., lemos que nos últimos dias, levantar-se-á Miguel, o grande príncipe, para proteger a nação hebréia. Não fosse a intervenção divina, certamente Israel não mais existiria, pois muitos são os seus inimigos. Acontece que Israel é ainda povo de Deus, alvo de seus cuidados; aguarda-o um futuro promissor.

VI. O CULTO DOS ANJOS

Embora poderosos em obras, não podem os anjos ser adorados: são criaturas de Deus, nossos conservos e também comprometido com a gloria de Deus. Vejamos por que os anjos não devem ser objetos de nosso culto.

1. Os anjos são criaturas de Deus. Somente o criador é digno de toda a honra e de todo o louvor; sendo os anjos criaturas (Sl 33.6). têm como missão louvar a Deus.
2. Os anjos são nossos conservos. Sendo eles criados por Deus, consideram-se nossos conservos (Ap 19.10).
3. Os anjos são comprometidos com a gloria de Deus. Esta é a recomendação dos anjos: “Adora a Deus” (Ap 22.9). Erram , portanto, aqueles que, menosprezando o Criador de todas as coisas, buscam adorar a criatura (Rm 1.25). O culto aos anjos é uma perigosa idolatria, na qual muito têm naufragado. Ler Também Cl 2.18.

CONCLUSÃO

É reconfortante saber que o Senhor nos colocou a disposição um exército eficiente que nos ajuda em todas as instâncias. Todavia, não podemos, sob hipótese alguma, adorá-los. Eles não são deuses; são servos de Deus e conservos nossos; servimos ao mesmo Senhor. Devemos todos sempre dar graças a Deus pelo ministério providente e protetor dos seus anjos em nosso favor.


Os anjos são:

· Seres gloriosos ( Lc 9.26 ).
· Magníficos em poder ( Sl 103.20 )
· Ministram a Cristo ( Mt 4.11 )
· Compõem o exercito de Cristo ( Mt 16.27 )